11/09/2024
A discalculia é um distúrbio de aprendizagem que afeta a capacidade de entender e trabalhar com números e conceitos matemáticos, indo além das dificuldades comuns com a matemática. Essa condição neurológica impacta o processamento numérico, dificultando tarefas como contar, calcular e interpretar símbolos matemáticos. Identificar a discalculia em crianças e adolescentes é crucial, pois quanto mais cedo for diagnosticada, mais eficazes serão as intervenções para minimizar seus impactos.
Os sinais de discalculia podem variar de acordo com a idade e o nível de desenvolvimento da criança. Crianças pequenas podem apresentar dificuldades para aprender a contar, reconhecer padrões ou entender a relação entre números e quantidades. Já em idades mais avançadas, os problemas se intensificam, manifestando-se na dificuldade para memorizar a tabuada, realizar cálculos mentais e interpretar gráficos ou problemas matemáticos mais complexos.
“Muitas vezes, a discalculia é confundida com falta de esforço ou desinteresse, mas é fundamental entender que se trata de uma condição neurológica que requer atenção especializada”, destaca Fábio Augusto de Oliveira e Silva, diretor geral do Colégio Anglo Itu.
Os sintomas mais comuns incluem dificuldade em conectar números a quantidades, confusão ao contar de trás para frente e problemas na compreensão de operações básicas como adição e subtração. Crianças com discalculia frequentemente recorrem ao uso dos dedos para realizar cálculos simples e podem apresentar problemas para entender conceitos de tempo e distância. No ensino médio, essas dificuldades podem impactar a interpretação de gráficos e a compreensão de matérias que envolvem cálculos mais abstratos.
Diagnosticar a discalculia é um passo essencial para que a criança receba o suporte adequado. Esse processo é geralmente conduzido por psicólogos ou neuropsicólogos, que utilizam testes específicos para avaliar o desempenho matemático e identificar os déficits presentes. O diagnóstico correto é fundamental para diferenciar a discalculia de outras dificuldades de aprendizagem e evitar diagnósticos equivocados que poderiam levar a abordagens ineficazes.
Embora a discalculia não tenha cura, existem intervenções que ajudam as crianças a desenvolver habilidades matemáticas e a melhorar seu desempenho. Métodos de ensino personalizados, que incluem o uso de materiais visuais, jogos educativos e recursos interativos, são estratégias eficazes para tornar a matemática mais acessível. Além disso, em sala de aula, adaptações como o uso de calculadoras, o aumento do tempo para realização de provas e a segmentação de problemas complexos em partes menores podem fazer uma grande diferença.
É fundamental que pais e educadores estejam atentos aos sinais de discalculia e busquem ajuda profissional sempre que necessário. O suporte adequado pode evitar que a criança desenvolva sentimentos de frustração e baixa autoestima, além de prevenir dificuldades em tarefas cotidianas que envolvem cálculos, como gerenciar dinheiro. “Trabalhar em conjunto com os educadores e criar um ambiente inclusivo é essencial para que a criança com discalculia possa desenvolver confiança e autonomia”, reforça Oliveira e Silva.
A discalculia é um desafio que exige paciência, compreensão e estratégias adaptativas. Com o diagnóstico precoce e intervenções adequadas, é possível apoiar o desenvolvimento de habilidades matemáticas nas crianças, ajudando-as a superar obstáculos e a explorar todo o seu potencial.
Para saber mais sobre discalculia, visite https://institutoneurosaber.com.br/artigos/discalculia-quando-a-dificuldade-com-a-matematica-e-um-disturbio-de-aprendizagem/ e https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/criancas/discalculia-em-criancas-o-que-e-como-identificar-e-tratar,29b36ac951352311a7200862b613bdabnjifb1at.html#google_vignette